segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Torcendo pela escuridão?

    Precisavam fazer algo novo para eventos do colégio, coreografias mais trabalhadas, mais perigosas e diferentes daquilo que tinham. Planejavam, inclusive, usar músicas um pouco menos populares e que eram em comum com o estilo de cada uma. Sim, estou falando de músicas no sentido de Rock n’ Roll. Tudo ia bem, treinavam muito a cada dia, por horas, e isso era cansativo, suado e pesado, mas era extremamente necessário para que o resultado fosse melhor do que qualquer outra coisa apresentada no evento, pois sabiam que existiam outros grupos semelhantes que também queriam a mesma coisa. Além disso, estavam conscientes que existia um grupo particularmente diferente. Compostos por meninos e meninas, eram mais agressivos, o que acabava os tornando atraentes, fazia com que as pessoas quisessem se tornar parte deles. Eram invejados, pois em seus ensaios, tinham sempre platéia, e eram bons de um jeito ligeiramente bizarro, em olhares e expressões vagas e sinistras, vestidos como que inspirados em Marylin Manson e outros parecidos. Intimidadores, e com motivos. Elas sentiam esse medo quando os assistiam, e algo na confiança de cada um fazia com que crescessem aos olhos, que ao final de tudo parecessem mais altos que qualquer um no ambiente.
    Então, pensando nisso, elas tentavam ser melhores em tudo. Mas não conseguiam bons resultados. Pouco a pouco, algumas desistiram. “Eu não consigo! Eles já têm tudo pronto e ainda não estamos nem na metade!”, diziam.
    No dia real da apresentação, as que sobraram não eram mais de dez, enquanto no outro grupo, o número de integrantes era em torno de cinqüenta integrantes ou mais. Nos vestiários, o nervosismo reinava, junto com o medo e a tensão. Transitavam entre cabines e espelhos, tentando deixar tudo o melhor possível. Algumas, já prontas, circulavam pelo espaço dentro e fora dos vestiários. Uma delas, assustada, voltou correndo e chorando, dizendo que algo tinha dado errado. “Eu não sei... Mas eu tenho certeza que foram eles” resmungava, desesperada.  Vomitava frases sem sentido que estavam deixando as outras preocupadas, mas ela contava alguma coisa sobre alguém ter desaparecido para livrarem-se da concorrência. Uma delas ria, achando tudo aquilo ridículo, até que ouviram um silêncio repentino vindo do corredor ao lado e passos de muita gente, vindo na direção de onde estavam. Olharam pela porta e viram, que a multidão de sombras era nada menos que o grupo que as intimidava.
    Sombras em seus rostos, agora mais sinistros do que nunca. Conforme se aproximavam, a escuridão e as sombras cobriam as paredes, até que as engoliram também.

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Obs.: Eu sei que está tosco esse sonho, mas eu lembro e tava real, portanto escrevi.

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