quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“Apenas siga as minhas instruções.”

   Naquela manhã, ela estava em casa com a minha irmã, que estava na cama, acordada. A garota saiu do quarto apenas por um momento, para ver alguma coisa em outro cômodo. Quando ela passou pelo banheiro, na volta para o quarto, a porta de lá estava fechada. Olhou em seu quarto para ver se sua irmã estava lá, mas não a encontrou. Voltou e bateu na porta do banheiro, perguntando:
   -Mana, é você que tá aí?
   Uma voz feminina, rouca e fria respondeu:
   -Se você quiser ver a sua irmã de novo, faça o que eu mandar.
   A garota, então já assustada, perguntou:
   -Quem é você e cadê a minha irmã? Como você entrou aqui? Abra essa porta agora!
   -Não. Apenas siga as minhas instruções. - a voz ficava cada vez mais sinistra.
   Com medo, a garota aceitou a proposta e perguntou o que era pra fazer. A voz mandou que ela fosse ate o quarto das duas e pegasse um colar que pertencesse à irmã, do qual a garota tinha igual, e depois que fizesse isso, voltasse e esperasse por mais instruções.
   Sendo assim, a garota pegou o colar. Quando voltou, a porta do banheiro estava aberta e não havia ninguém lá. Ela então procurou alguém ou alguma coisa no resto da casa, chamando por sua irmã, mas ela estava sozinha. Voltou para o quarto com o colar ainda em sua mão, e sentou no chão, chorando e falando, desesperada:
   -Cadê a minha irmã, o que você fez com ela? Volte aqui e me diga pra onde você a levou!
   Em meio aos seus próprios gritos, ela ouviu novamente a voz a chamando, dessa vez do quarto dos seus pais:
   -Você tem que procurá-la aqui.
   Ela correu até lá e não viu nada. Entrou no quarto e deu a volta na cama, e nada. Quando olhou pra trás, uma caixa de madeira em formato parecido com o de um caixão estava em pé ao lado da cama, com a tampa aberta, não pregada. Com muito medo, abriu a caixa, e encontrou um papel grudado no fundo, que dizia “Você acha que vai ser fácil assim?” .
   Então a voz se manifestou mais uma vez, vindo do corredor. Quando chegou lá, a criatura dona daquela voz estava dentro do banheiro, com a porta aberta, olhando pra garota. Ela era alta, coberta de roupas pretas e um manto, e seus olhos eram vermelhos vibrantes. Chegava a ser uma mulher bonita, com um sorriso malicioso nos lábios, e seu rosto e jeito de sorrir lembravam uma cobra, um monstro, alguma coisa muito ruim. Ela ria da garota, enquanto esta chorava de medo, perguntando:
   -Onde está a minha irmã, o que você fez com ela? Devolva-a pra mim! Devolva!
   Num movimento rápido, sem tempo de escapar, a garota foi coberta pelo manto da criatura, fazendo-a sumir na escuridão.