Estavam num quarto um pouco escuro, de criança. Apenas um abajur com a luz azulada estava aceso. Ele estava sentado com a perna meio cruzada, numa poltrona grande e clara, e ela carregava a menina que mal tinha chegado ao mundo. Prendeu seu cabelo, mexeu no berço, no trocador e nas roupinhas que mais pareciam de boneca de tão pequenas. Estava séria, concentrada no que fazia. Ele ria, parecia se divertir com a situação toda, que não tinha nada de engraçado.
– Por que você tá rindo? O que eu fiz? – perguntou ela, não achando nem um pouco de graça.
– Nada, nada. – e continuava rindo. Levantou-se, caminhou até a porta e encostou-se no batente, e ficou olhando mais de perto. E ria.
– O quê? Você já está me deixando quase que irritada!
– Nada! – disse, soltando uma gargalhada alta. E voltou a sentar, sorrindo.
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