– Se não pode ser minha, não pode ser de mais ninguém.
E seu rosto se enchia de raiva, de medo e de pena ao mesmo tempo. Ela não conseguia se soltar, ele era forte. Enquanto ela perdia os sentidos, mal podia ver o rosto dele, pois estava tudo ficando embaçado e escuro. Foi tudo muito rápido, e não teve ar suficiente para poder soltar nem apenas um grito.
Depois de se ver naquela situação, a escuridão passou e ela estava em pé em frente a sua casa. Mas estava diferente, não estava mais presa ao seu casulo, era apenas a energia que tinha sobrado de seu corpo. Entrou em sua casa, passando pelas portas e paredes, e encontrou sua mãe, arrumando coisas na sala.
– Mãe... Eu acho que eu morri.
– Como assim? Você está louca? Eu estou te vendo na minha frente.
– Mãe, aceite. Eu vim pra me despedir e te dizer que eu estou bem agora.
– Me explique isso.
– Eu fui estrangulada. Não consegui ver direito o rosto dele.
– Mas...
– Mãe, é tudo o que eu sei. Diz pra mana e pro papai o que aconteceu. Eu vou sentir saudades, mas não fiquem se preocupando comigo.
– Tudo bem...
– Bem... Então adeus mãe. Vim pra te avisar que não volto para casa desta vez.
– Adeus. – e sua mãe começou a chorar, enquanto ela saía em direção à rua.
Na casa de uma amiga, onde estavam mais três, ela foi se despedir de todas elas, e chegando lá as quatro estavam sentadas na calçada conversando.
– Você tá diferente... O que aconteceu? – disse uma delas, com cara de preocupação.
A garota contou, e elas começaram a chorar.
– Mas não pode ser! Você não pode simplesmente sair das nossas vidas! – disse outra, desesperada.
– Foi a mesma coisa que a minha mãe me disse, mas aconteceu. Não tem mais volta. Vim me despedir, e era isso que eu temia... Ficarei com saudades.